O infarto do miocárdio é uma das principais emergências médicas e causa milhares de mortes todos os anos no Brasil. O ataque cardíaco, como também é conhecido, pode ser súbito, mas geralmente é resultado de anos de hábitos prejudiciais à saúde cardiovascular. Saber identificar os sinais, entender os tratamentos disponíveis e adotar estratégias de prevenção pode literalmente salvar vidas.
Neste artigo, vamos explicar detalhadamente o que é o infarto do miocárdio, quais são os sintomas mais comuns, como é feito o tratamento, quais medicamentos são utilizados e seus efeitos colaterais, se há necessidade de receita médica, quais são as alternativas terapêuticas e preventivas e, por fim, uma conclusão com orientações práticas.
O que é infarto do miocárdio?
O infarto agudo do miocárdio ocorre quando uma artéria coronária, responsável por irrigar o coração, fica total ou parcialmente obstruída, impedindo o fluxo de sangue para o músculo cardíaco. Essa obstrução é causada, na maioria dos casos, pelo rompimento de placas de gordura (ateromas) nas paredes das artérias, seguido da formação de um coágulo.
Sem oxigênio suficiente, as células do músculo cardíaco começam a morrer em poucos minutos. Quanto mais tempo essa interrupção durar, maior o dano ao coração e maior o risco de morte ou complicações graves.
Para que serve o tratamento do infarto?
O tratamento do infarto tem como objetivos principais:
Restabelecer rapidamente o fluxo sanguíneo para o coração;
Reduzir a área de necrose (morte do tecido cardíaco);
Prevenir novas obstruções e novos eventos cardíacos;
Evitar complicações como arritmias, insuficiência cardíaca e morte súbita;
Reabilitar o paciente fisicamente e psicologicamente após o episódio.
Cada etapa do tratamento é planejada para minimizar os danos e garantir qualidade de vida ao paciente.
Sintomas do infarto: fique atento
Os sinais do infarto do miocárdio podem variar, mas os principais sintomas incluem:
Dor intensa no peito (geralmente em forma de aperto ou queimação, que pode irradiar para braço esquerdo, mandíbula, pescoço ou costas);
Falta de ar;
Suor frio e pegajoso;
Náuseas ou vômitos;
Tontura ou sensação de desmaio;
Ansiedade intensa e sensação de morte iminente.
Importante: em mulheres, diabéticos e idosos, os sintomas podem ser mais leves ou atípicos — como fadiga súbita, mal-estar ou dor abdominal. Por isso, qualquer suspeita deve ser investigada imediatamente.
Diagnóstico do infarto
Ao chegar ao hospital, o paciente passa por exames fundamentais para confirmar o diagnóstico:
Eletrocardiograma (ECG) – avalia o ritmo cardíaco e identifica sinais de isquemia;
Exames de sangue (troponina, CK-MB) – detectam lesões no músculo cardíaco;
Ecocardiograma – avalia a função cardíaca;
Cateterismo cardíaco (angiografia coronariana) – mostra exatamente onde está a obstrução.
Tratamento do infarto do miocárdio: o que é feito?
O tratamento do infarto inclui medidas emergenciais, uso de medicamentos específicos, e procedimentos invasivos, além de mudanças no estilo de vida após o evento.
1. Tratamento de urgência
Angioplastia com stent: método mais eficaz e rápido, em que um cateter com balão e stent é usado para desobstruir a artéria afetada.
Trombolíticos: medicamentos que dissolvem o coágulo, usados quando não há possibilidade de realizar angioplastia de forma imediata.
Oxigênio, analgésicos (como morfina) e nitratos sublinguais são administrados para controlar sintomas e estabilizar o paciente.
2. Medicamentos pós-infarto
Após o evento, o paciente deve usar diversos medicamentos para prevenir um novo infarto:
AAS (ácido acetilsalicílico): impede a formação de novos coágulos;
Clopidogrel ou ticagrelor: antiplaquetários que potencializam o efeito do AAS;
Estatinas: reduzem o colesterol e estabilizam placas de gordura;
Betabloqueadores: controlam a pressão arterial e reduzem a demanda do coração;
Inibidores da ECA (IECA) ou BRA: protegem o coração e os rins;
Anticoagulantes, quando necessário.
Efeitos colaterais dos medicamentos para infarto
Como todo tratamento, os remédios utilizados no infarto podem causar efeitos adversos. Os principais são:
AAS e antiplaquetários: sangramentos, hematomas, dor de estômago;
Estatinas: dor muscular, aumento de enzimas hepáticas;
Betabloqueadores: fadiga, tontura, bradicardia;
IECA: tosse seca persistente, hipotensão;
Anticoagulantes: risco de hemorragia.
A presença de efeitos colaterais não significa que o tratamento deve ser interrompido. O médico pode ajustar doses ou trocar os medicamentos conforme necessário.
O uso correto: como manter o tratamento
Após a alta hospitalar, o tratamento do infarto continua em casa e é vital para prevenir complicações. Isso inclui:
Tomar os medicamentos conforme prescrição, sem interrupções;
Realizar exames periódicos;
Adotar alimentação saudável e prática de exercícios leves (com liberação médica);
Controlar fatores de risco como diabetes, pressão alta, colesterol e estresse;
Evitar cigarro e álcool em excesso;
Participar de programas de reabilitação cardíaca com apoio multidisciplinar.
É necessário receita médica para comprar os medicamentos?
Sim. Os principais medicamentos usados no tratamento do infarto, como antiplaquetários, anticoagulantes, betabloqueadores e estatinas, só podem ser adquiridos com prescrição médica.
Além disso, muitos desses remédios são de uso controlado e exigem acompanhamento médico frequente, tanto pela complexidade do tratamento quanto pelos riscos de interações e efeitos colaterais.
Existem alternativas naturais ou complementares?
As terapias complementares não substituem o tratamento convencional, mas podem ser utilizadas de forma auxiliar para promover bem-estar e recuperação. Entre as mais recomendadas estão:
Dieta cardioprotetora, como a mediterrânea ou DASH;
Suplementos como ômega-3 e coenzima Q10 (com liberação médica);
Atividades relaxantes, como meditação, yoga e mindfulness;
Psicoterapia ou apoio emocional, especialmente para lidar com ansiedade e medo após o infarto.
Importante: mesmo suplementos e terapias naturais devem ser informados ao médico, pois podem interagir com os medicamentos prescritos.
Conclusão
O infarto do miocárdio é uma emergência que exige resposta rápida, tratamento eficaz e comprometimento do paciente no pós-evento. Com o avanço da medicina, as chances de sobrevivência são cada vez maiores, mas dependem principalmente do tempo de atendimento e da adesão ao tratamento contínuo.
Cuidar do coração significa agir antes que os sintomas apareçam: parar de fumar, adotar hábitos saudáveis, controlar o estresse e fazer acompanhamento médico regular são as melhores formas de evitar um infarto.
Se você ou alguém próximo apresentar dor no peito, falta de ar ou qualquer outro sinal descrito aqui, não hesite: ligue para o SAMU (192) imediatamente. O socorro rápido faz toda a diferença.